sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Chartres : la Cathédrale des superlatifs…

A catedral de Notre-Dame em Chartres, uma representação sublime da arte do XII e XIII séculos, é a mais completa e a melhor preservada catedral gótica francesa. Construída e embelezada entre 1134 e 1260, foi inscrita em 1979 na lista da UNESCO de monumentos pertencentes ao patrimônio mundial. 

A catedral foi erigida em cima de um promontório, um monte natural que domina o vale do Rio Eure na parte superior de um penhasco de trinta metros de altura, e encontra-se no coração da grade urbana da cidade antiga. Durante a Idade Média antiga, a catedral teve que ser reconstruída pelo menos cinco vezes. Tudo que permanece daquela época são algumas seções das paredes e do local da cripta de Saint-Lubin, e a disposição que determina o posicionamento da abside, pórtico em forma de arco, do edifício atual. Em 1020, a catedral foi devastada por um incêndio. 

A catedral do XIII século, que é a construção que nós vemos hoje, integra a coluna ocidental do edifício antigo. Sua disposição em Cruz Latina, elevação de três andares e abóbadas com nervuras com colunas de sustentação comuns e os arcos “formeret”, que são ogivas sexpartidas unem duas traves, determinam a forma das sustentações que representa as fases iniciais da arquitetura gótica. O azulejamento da nave foi preservado. Fora, um sistema de enormes arco-botantes e os contrafortes levantam-se até a base do telhado em dois lances sobrepostos, com espessura decrescente, de maneira a compensar a pressão dos arcos. As duas laterais são decoradas com um excepcional trabalho de escultura. 

Os vitrais da catedral de Chartres representam o conjunto mais completo de vitrais antigos preservados da França. 

O vitral “Notre-Dame-de-la-Belle-Verrière” (por volta de 1180) e três lancetas na fachada ocidental (entre 1145 e 1155) são os mais velhos vitrais da catedral, sendo os vestígios restantes da catedral romanesca. 

A maioria dos vitrais pertence à mesma era da igreja atual e datam da época entre 1205 e 1240 aproximadamente. A rapidez das obras explica indubitavelmente a uniformidade exemplar deste conjunto. Um extraordinário e lindo tom de azul se destaca e há muito passou a ser chamado de “Azul de Chartres”.

Os séculos que se seguiram testemunharam a construção das extensões notavelmente ligadas ao desenvolvimento da liturgia: 

- Sacristia construída no XIII século; 
- Casa do Capítulo encimada pela capela de Saint-Piat (1325-1335), ligada à catedral por uma escadaria, que é coberta por uma galeria; 
- A capela de Vendôme, construída em 1417 entre dois dos contrafortes do corredor sul; 
- A torre norte, referida como a torre nova (século XVI), o trabalho do pedreiro mestre Jehan Texier (conhecido como Jehan de Beauce) para substituir uma torre campanário de madeira; 
- A ala do relógio construída por Jehan de Beauce em 1520 no lado norte da catedral (decorada com pilastras renascentistas - seu pináculo é gótico). 

Em 1836, um fogo acidental destruiu a estrutura de madeira antiga do telhado que foi reconstruída em ferro fundido com uma coberta de placas de cobre. Hoje este telhado é uma das características específicas da catedral de Chartres. 

Vamos a uma visita a esta catedral, com um detalhe especial: a visita quase não foi possível, pois quando chegamos lá estava sendo iniciada uma cerimônia de casamento. Conseguimos nos esgueirar para dentro da catedral por uma porta lateral e fizemos uma visita ao som de um lindo coral, música de órgão de tubos e da cerimônia solene de casamento. Uma amostra do som deste casamento foi incluída na apresentação que se segue...




Chartres : la Cathédrale des superlatifs… from Alexander Gromow on Vimeo.

Restante da música de fundo, órgão de tubos original da catedral de Chartres, com Phillipe Lefebvre executando a fuga em nome de Alain de Maurice Douflé.

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